quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

INTRODUÇÃO

De acordo com Mairce da silva Araújo, foram realizadas numerosas pesquisas sobre alfabetização, durante a década de 70, na Europa, Estados unidos e América Latina. Entre elas a autora destaca Ferreiro (1985, 1988, 1990 e 1993) Pela influencia que exerceu no Brasil, em implantações de políticas publicas de alfabetização.
Passam a pesquisar a criança que se alfabetiza e seu processo de construção de conhecimento.
Os Trabalhos partiram de que todas as crianças, são sujeitos de conhecimento, como tal quando crescem em comunidades letradas onde constroem o conhecimento, reconhecem o código escrito antes de um adulto ensinar-lhes sistematicamente.
Nas palavras de Ferreiro, criar um ambiente alfabetizador, significa organizar a sala de aula com materiais variados de escrita, (jornais, bula de remédios, panfletos, etc) tipos de materiais variados para a exploração, classificação, busca de semelhanças e diferenças. A variedade de material é indispensável aonde quer que se realize uma ação alfabetizadora (1993:33).
É precioso compreender o que significa um ambiente alfabetizador e não só trazer textos variados para a sala de aula, sem saber bem o que fazer com esse tipo de material, não basta colocá-los em um canto da sala de aula, é preciso provocar múltiplas interações das crianças com esses materiais e propor situações de uso da linguagem escrita.
Este parece ser o grande problema da alfabetização das classes populares, freqüentemente filhos de pais analfabetos e semi analfabetos e pouco expostos ao uso da escrita, mas vivem em uma sociedade letrada e estão em contato com uma variedade de materiais escritos, nas ruas, na televisão, nos mercados, etc.

OBJETIVO

O Objetivo desta pesquisa é propor uma reflexão sobre as práticas alfabetizadoras nas classes de 1ª série e procurar pista para a criação de um ambiente alfabetizador que venha atender as necessidades das crianças das classes populares.

JUSTIFICATIVA

Entre os desafios em que a escola pública enfrenta no Brasil, com certeza a alfabetização das crianças das classes populares tem o seu papel de destaque.
Criar estratégias pedagógicas que facilitem a apropriação de linguagem escrita pelas crianças e a meta dos professores que arduamente vem encarando esse desafio.
Nos cursos de formação continuada, sempre que há dificuldade de alfabetizar, são questionadas onde as respostas sempre apontam para as necessidades de partir da realidade do aluno e aproveitar os conhecimentos que eles trazem com eles para escola.
Criar um ambiente alfabetizador na sala de aula, trazendo o mundo de fora para dentro da escola pa que ocorra uma interação.
Com base nas pesquisas realizadas sobre alfabetização, onde a pesquisa de Emília Ferreiro, foi destacada pela influência que exerceu de norte a sul do Brasil, na implantação de políticas publicas de alfabetização.
Sendo assim o olhar que era focado no professor e nos métodos e técnicas de alfabetização, passou a analisar a criança que se alfabetiza e o seu processo de construção de conhecimento sobre a linguagem escrita.
O pressuposto básico de que partiram esses trabalhos, é de que, todas as crianças são sujeito do conhecimento, e quando crescem em contato com materiais escritos, vão construindo o conhecimento sobre a leitura e a escrita, antes mesmo que algum adulto venha ensiná-las. Como essas crianças tem contato com materiais escritos, naturalmente vão se tornando usuários da linguagem escrita.
De acordo com esses conhecimentos, Ferreiro, propôs a criação de um ambiente alfabetizador, denominado assim por tratar-se da criação de um ambiente que visa levar para sala de aula, um ambiente semelhante ao que as crianças viviam em seu dia à dia, com situações de leitura e escrita.
Ferreiro, defendia que, o professor que criar um ambiente alfabetizador está contribuindo para o processo de alfabetização das crianças.
Nas palavras de Ferreiro, criar um ambiente alfabetizador é organizar a sala de aula onde os alunos tenham contato com vários tipos de textos, além de livros bem editados e ilustrados, e todos os tipos de materiais escritos, quanto mais variados mais adequados será para realizar diversas atividades de exploração, classificação, busca de semelhanças e diferenças. O professor deve ler em voz alta dizendo o que esperar do texto, para que as crianças tenham contato com vários gêneros.
A Variedade do material é indispensável para a realização de uma ação alfabetizadora.
A autora traz a expressão “canto de leitura”, sendo este um espaço que tem na experiência da escola de educação infantil, onde a organização de diferentes “cantos” tem sido tradicional como era uma prática usada no ensino da pré-escola, os professores passam a utilizá-lo sem uma reflexão mais profunda, assim possibilitando construir uma compreensão ampla da construção do ambiente alfabetizador.
Criar um ambiente alfabetizador é refletir sobre novas possibilidades pedagógicas, propor situações em uso da linguagem escrita, favorecendo as crianças a interagirem com esses objetos culturais, apropriando-se deles.
É raro ocorrer dificuldades de alfabetização das crianças de classe média urbana, onde são comuns elas entrarem na escola já sabendo ler e escrever.
Como as crianças das classes populares, a escola precisa criar situações de uso da leitura e da escrita e dando sentido á essa aprendizagem.
Também é preciso refletir sobre as diferenças de alfabetização, que as crianças das classes populares vivem em seu cotidiano os saberes que elas trazem, seja mobilizado dentro da escola e possam tornar-se base do processo de aprendizagem escrita.
Entretanto na sala de aula onde contém o velho e o novo.
Trazemos daí intervenções do professor, sendo um que fica clara a intervenção pedagógica que ajuda as crianças em seu processo de alfabetização, e outro que o professor perde a oportunidade de ajudar seus alunos a fazerem hoje, o que amanhã poderiam vir a fazerem sozinhos e irem aprendendo (Vigotsky, 1984).
Na Primeira situação temos uma turma de educação infantil envolvida numa atividade de pesquisa proposta pela professora, a partir da euforia das crianças com o resultado do jogo de futebol que aconteceu no dia anterior. Um grupo de crianças se debruça sobre o jornal tentando achar e recortar os nomes dos jogadores que fizeram os gols, para montar um mural na classe com o resultado do jogo. Assim um dos alunos exclama para outro: “Já pensou se nós soubéssemos ler!” . Aprendendo a ler, lendo e a escrever, escrevendo este aluno revela a vontade de aprender a ler, sabendo que as informações que precisa estar ali, ele já conhece um jornal, pois o professor criou um ambiente alfabetizador em sua sala de aula, este mesmo aluno sabe que um jornal tem diferentes partes com diferentes tipos de textos, manchetes, crônicas, reportagens, horóscopos, coluna social, propagandas, classificados, etc.
Nesta situação o professor e seu aluno, em parceria exploram o ambiente alfabetizador criando condições de aprendizagem, estimulando o desejo de aprender.
Na segunda situação temos uma sala de aula, repleta de cartazes, murais com rótulos, abecedários, uma pequena estante com vários tipos de livros. Onde um dos alunos chega na sala de aula eufórico, com o livro de poesias que ganhou no dia anterior. Mostra para o professor que atenciosamente lhe diz: “Coloque na estante e aguardo o momento da leitura, pois agora estamos estudando a lição do dia, que é a família do “nh”, e que é muito importante.”
O professor perdeu a chance de construir uma parceria com seus alunos, onde poderia ter escutado o aluno e junto com ele viver aquele momento de descoberta, da linguagem poética.
Temos um exemplo que ambiente alfabetizador não é encher a sala de cartazes, murais, etc e sim criar situações onde há estímulos de aprendizagem.
Continuando com a pesquisa foi realizada uma pesquisa de campo, onde o objetivo do grupo era colher maiores informações de com está sendo trabalhada a alfabetização nas salas de 1º ano das escolas públicas.
Foi perguntado a alguns professores da rede Publica de São Paulo, como eles planejavam as aulas no início do ano letivo.
Com base das respostas concluímos que a maioria deles tinham por base a mesma forma de planejamento onde já na década de 80 tenham por objetivo alfabetizar todos os alunos em um ano e nas maiorias das escolas em que trabalhavam, sempre tiveram de três a cinco dias de reuniões de planejamento no início do ano letivo. Onde a rotina de trabalho dessa semana se baseava-se mais ou menos assim:
Segunda feira - apresentação dos alunos e da escola, desenhos, leitura de contos, apresentação do nome de cada criança, cópia do cabeçalho e apresentação da vogal “A” levantando palavras que iniciam com a mesma.
Terça feira –apresentação da vogal “E” da mesma forma que foi feita anteriormente com a outra, cópia do próprio nome, construção da maquete da sala de aula (1ª parte), desenho livre e brincadeiras no pátio da escola.
Quarta Feira – Trabalho com a vogal “I” da mesma forma que foi feita com as outras, cópia do nome e construção da maquete da sala de aula (2ª parte) e leitura de conto.
Quinta feira – Trabalho com a vogal “O” tal como as anteriores, trabalhos manuais com os nomes dos alunos utilizando crepom, cola, tesoura e outros materiais, jogos, criação de uma história oralmente, a partir de seqüências de gravuras e canto de músicas infantis.
Sexta feira - Trabalho com a vogal “U”, recorte, colagem e apresentação de um vídeo de um conto infantil.
Como se pode ver, essas atividades não contribuem para que se possa conhecer quais são os saberes dos alunos, quando chegam a escola.
Os professores disseram que hoje fazem um trabalho diferente, pois foram construindo um conhecimento teórico com o passar do tempo. eles dizem que fizeram vários cursos oferecidos pela Secretaria de Educação e que a primeira coisa que aprenderam foi que os alunos, mesmo não alfabetizados, tem conhecimento sobre a escrita. Assim as atividades de hoje em Língua Portuguesa é:
- Leitura e escrita dos nomes dos alunos,
- Escrita de diferentes tipos de textos curtos,
- Apresentação do alfabeto com letra de forma maiúscula e minúscula,
- Leitura de diferentes tipos de textos e principalmente de bons contos infantis,
- Manuseio de diferentes portadores de textos, como: gibis, revistas, jornais, livros, etc,
- leituras feitas pelos alunos que ainda não lêem convencionalmente,
- roda de conversa para conhecer música, poemas, par lendas, quadrinhos e histórias que fazem parte do repertório do aluno.

CONCLUSÃO

O ambiente alfabetizador deve ser criado conforme a atualidade cultural das crianças e de suas histórias. É preciso que a criança sinta-se compreendida, compreenda e saiba que tudo aquilo que ela saiba pode ser escrito.
Na escola elas também irão aprender outras variantes lingüísticas, outras lógicas e novos valores estatísticos. Diferenças culturais que devem ser trabalhadas pela escola com muito cuidado para que não levem a discriminação contribuindo para agredir o potencial das crianças.

COMPONENTES DO GRUPO

Claudia Dias Pierre Nakata RA: 0821473
Fernando Carreira Mendes RA: 0812946
Ivania Nascimento RA: 0813095
Marly da Silva RA: 0812412
Shirleide José dos Santos RA: 0812737